Um Lugar Silencioso

Título Original: A Quiet Place
Gênero: Terror
Ano: 2018
Classificação: 8
País: Estados Unidos
Plataforma: Netflix

A terra vive uma realidade pós-apocalítica, entidades assustadoras dizimaram a população, sua principal habilidade é a super sensibilidade de audição, ela ataca a quem emitir o mínimo de som. Isolada em uma fazenda, uma família tenta sobreviver em total silêncio.

Um Lugar Silencioso se passa em um futuro próximo onde o planeta foi invadido por seres desconhecidos. O filme não se dedica a explicar muito sobre quem são esses seres, apenas deixar claro que não possuem visão e que atacam ao escutarem o mínimo barulho. O longa é dirigido por John Krasisnki que também estrela o filme ao lado de sua esposa Emily Blunt. Conhecido por ter atuado em algumas comédias românticas e pelo seu papel em The Office, ele mergulha de cabeça neste trhiller e se sai muito bem na dupla função.

O silêncio por si só já á capaz de causar bastante tensão e o filme trabalha muito bem isso, deixando praticamente de fora muitas vezes aqueles sustos previsíveis que estamos acostumados nos filmes de terror, ele usa o silêncio praticamente completo para causar um ambiente recheado de suspense. Outro ponto bem bacana é como a trilha sonora é usada em situações bem pontuais. O silêncio é um elemento forte muito bem explorado pelo diretor e quando prestamos atenção em todos os closes, percebemos que até os pequenos objetos usados são cautelosamente apropriados para não causar barulho. Particularmente acho o máximo quando vemos a preocupação com esses mínimos detalhes.

Os poucos diálogos existentes no filme são quase todos feitos na linguagem de sinais, caminho ousado que caiu muito bem e ajudou a gerar uma atmosfera de ainda mais tensão, podemos dizer que tudo isso é possível a partir da ótima atuação de todo elenco, que consegue criar a partir de expressões faciais suas próprias identidades, ou seja, o menino ser medroso, a menina ser mais corajosa e rebelde. A personagem de Emily Blunt consegue os holofotes ao dar corpo a vários “moods”: coragem, força, dor, medo, tristeza, conformismo e por aí vai.

O filme como todos os outros do gênero pode gerar alguns questionamentos devido a algumas decisões de seus personagens, mas é totalmente compreensível, pois as vezes é preciso seguir um caminho para dar corpo a história, apesar disso não percebemos alguma situação claramente forçada, com isso o thriller acaba por entregar um roteiro muito bem enxuto nos seus apenas 90 minutos e é difícil imaginar que em uma situação tão extrema as pessoas não cometeriam alguns deslizes. Deixando claro e dando ênfase que você não encontra um filme com escolhas triviais e sim uma família se adaptando a essa nova realidade.

Embarcamos nessa tentativa de sobrevivência que proporciona uma excelente história e ótima diversão para quem gosta de um bom terror/suspense, o filme claramente era um grande desafio, que foi muito bem superado. O seu decorrer causa um sentimento angustiante devido as situações que vão acontecendo e fecha com uma final apoteótico, que não deixa dúvidas sobre a sua premissa inicial.