Um Lugar Silencioso – Parte II

Crítica

Título Original: A Quiet Place – Part II
Gênero: Terror
Ano: 2021
Classificação: 8
País: Estados Unidos
Plataforma: Telecine Play

A família Abbott continua sua luta pela sobrevivência e a procura de um novo lugar seguro. Após os eventos mortais do primeiro filme e a destruição de sua fazenda, eles são forçados a se aventurar mundo afora e descobrem que os monstros não são a única ameaça existente.

Nessa parte 2 a dinâmica dos personagens não é perdida e por mais que o filme nos leve de volta para a mesma realidade da parte 1, isso não impede que haja novidades, como a inserção de novos personagens, novos ambientes e mesmo já sabendo do perigo que se apresenta, temos gatilhos fornecidos no filme anterior sendo muito bem usados, como alguns estudos e descobertas de Lee (John Krasinski) que passam a ser aplicadas nessa sequência.

Esta continuação segue à risca o que propõe, se antes a única forma de sobreviver era se esconder e fugir, aqui nós podemos ver a família lutando de verdade pela sobrevivência e não apenas sobrevivendo. O Filme explora pouco sobre a origem da invasão desses seres aparentemente de outro mundo, mas acerta em cheio em mostrar as primeiras horas da “invasão” desses seres com uma sequência de tirar o fôlego, usando planos longos e com poucos cortes, lembrando bastante Guerra dos Mundos (Steven Spielberg), quando Tom Cruise precisa lidar com os primeiros momentos do seres invasores na Terra, ambos nos oferecem uma grande descarga de adrenalina.

Com uma atuação que chamou a atenção no primeiro filme Millicent Simmonds ganhou uma importância extra nessa segunda parte e de fato assume um protagonismo não oficial, mandando muito bem mais uma vez. Como parte do elenco principal tivemos a adição de Cillian Murphy que acrescenta demais ao filme e “substitui” a presença de Krasinski na continuação da história. Voltando a introdução do filme, é preciso ressaltar que de forma inteligentíssima Krasinski acrescenta Murphy ao longa de forma sutil, onde mais tarde ele ganharia a sua devida importância.

Com uma direção segura o diretor trabalha muito bem a quase total ausência de “jump scare”, usando a técnica apenas de forma pontual, partindo pelo caminho da tensão como um todo. O propósito é nos manter em estado de alerta contínuo, pois o perigo é iminente e está sempre ali. Talvez o grande êxito para o sucesso desta sequência é apostar em uma fórmula que já deu certo, agora com a falta da figura paternal de Lee. Outro grande ponto é que em certo momento o núcleo principal de personagens se divide, criando uma dinâmica bem legal em duas realidades opostas.

O filme vinha em parte até superando e muito minhas expectativas, podendo ser até mesmo melhor que o primeiro, mas me senti um pouco incomodado com um final abrupto, deixando várias interrogações em nossa cabeça. Me preocupa que o filme possa se perder nas mazelas de sequencias intermináveis. Me agradaria mais se tivéssemos um pequeno alongamento e o filme fechasse com chave de ouro as principais questões em aberto, mas é compreensível não haver um ponto final aqui devido a todo potencial narrativo e comercial que a história tem. Apesar disto, Um Lugar Silencioso – Parte II é uma continuação de respeito que em nada deixa a desejar se comparado ao primeiro filme.