Terra Selvagem

Título Original: Wind River
Gênero: Drama, Suspense

Ano: 2017
Classificação: 8
País: Estados Unidos
Plataforma: Now

Crítica

Como se já não bastasse o frio que passa dos 30 graus negativos, Cory (Jeremy Renner) ainda precisa conviver com o luto de ter perdido a filha de maneira brutal, o que trouxe como consequência a separação de sua esposa, com quem ainda tem um filho pequeno.

Cory vive seus dias caçando predadores para proteger os animais criados pelos seus vizinhos e habitantes do vilarejo gélido e ermo. Em uma dessas caçadas, ele encontra o corpo de uma jovem mulher indígena, congelado e com sinais de agressão.

Isso foi o suficiente para a chegada de autoridades de fora da comunidade, levando Jane (Elizabeth Olsen), uma agente do FBI, para investigar o acontecimento. Despreparada e sozinha na missão, ela conta com a ajuda de Cory para prosseguir com a investigação.

Baseado em uma história real e jogando luz em uma questão delicada sobre os povos indígenas americanos, Terra Selvagem lida com diversos sentimentos e problemáticas do ser humano, principalmente daqueles que estão isolados de tudo e de todos.

O luto é algo muito forte no filme, que Jeremy Renner consegue incorporar de maneira brilhante, calado, triste, e com forte desejo de justiça, para que não haja mais vítimas como a sua filha e a moça indígena encontrada morta. Além do luto, vê-se pessoas com problemas relacionados ao álcool, drogas ilícitas e violência, com direito a uma pesada cena de estupro.

O elenco ainda traz John Bernthal, em participação pequena, mas intensa. Ele interpreta Matt, namorado da jovem assassinada e, como sempre, acaba emprestando bastante veracidade ao seu personagem.

O filme se destaca, além de tudo, por excelentes cenas de tiros e lutas, fazendo com que o trabalho oscile entre momentos de reflexão e ação. A forma como os flashbacks são mostrados ao longo do filme também é interessante, e até bastante originais, pelo menos pra mim.

Destaque para o até então iniciante diretor e roteirista do filme Taylor Sheridan, que consegue passar a autenticidade que um filme baseado em uma história real necessita, o que, inclusive, lhe valeu um importante prêmio em Cannes.