Rogai Por Nós

Título Original: The Unholy
Gênero: Terror
Ano: 2021
Classificação: 5
País: Estados Unidos
Plataforma: HBO-Max

Uma jovem deficiente auditiva recebe a visão da Virgem Maria, que fala com ela e, milagrosamente, ela começa a falar e a realizar milagres em nome da santa. A pequena cidade de Banfield logo entra em ebulição, tornando a jovem Alice (Cricket Brown) uma espécie de ícone religioso.

Gerry Fenn (Jeffrey Dean Morgan) é um repórter com certas dificuldades em seu trabalho, principalmente porque sua idoneidade como profissional não é nada boa, já que andou criando histórias falsas para se promover e ganhar dinheiro. Ele foi chamado à cidade para possivelmente cobrir uma história local, mas acaba quebrando propositalmente uma boneca que estava escondida em um buraco na árvore, sem saber do que se tratava o estranho objeto.

É Gerry que encontra Alice se comunicando com a árvore que escondia a boneca, e logo caindo desmaiada. Ele a leva ao Padre Hagan (William Sadler), responsável por cuidar da menina desde que ela era uma criança. Quando ela desperta, conta a todos sobre a sua visão e, a partir daí, o filme desenvolve o plot sobre os novos poderes de cura de Alice, concedidos pela suposta Virgem Maria.

Com produção de Sam Raimi (Trilogia Homem-Aranha de Tobey Maguire), direção e roteiro de Evan Spiliotopoulos “Rogai por Nós” tem bom roteiro, mas carece de uma melhor direção. Talvez a inexperiência do diretor pese na avaliação final do filme, que é terror, mas não consegue assustar, principalmente àqueles que já estão calejados de filmes desse tipo.

Há muito tempo a fórmula que usa sons de ossos se quebrando quando uma entidade se movimenta já deveria ter sido banida dos filmes de terror, essa saída não cola mais, assim como os movimentos contorcionistas que tais entidades fazem. “Rogai por Nós” está repleto desse tipo de coisa que já virou clichê há um tempão. Os jump scares são tão previsíveis que chegam a ser risíveis, e os efeitos especiais são bem lamentáveis.  Lamento muito por tudo isso, pois o filme poderia ter rendido muito mais.

Por outro lado, o filme traz alguns elementos da vida real sobre aparições religiosas mundo afora para reforçar o plot principal da produção, o que é um ponto alto no filme, assim como a possibilidade de a cidade se tornar um local de peregrinação como tantas cidades espalhadas pelo mundo, despertando logicamente interesse do Padre e do Bispo.

O filme também lança personagens interessantes como o Monsenhor Delgarde (Diogo Morgado), mas que acaba ficando perdido no meio da história. Delgarde é enviado para tentar refutar o misterioso fato religioso, com boas falas, inclusive, mas definitivamente o seu personagem não é aproveitado adequadamente.

O filme vai se perdendo cada vez mais conforme se aproxima do final, fazendo com que o clímax não seja nada convincente e que o desfecho também seja fraco, além de, em minha opinião, haver um terrível furo de roteiro no final. O cenário realmente não é nada favorável para quem curte filmes de terror, uma hora ou outra acaba aparecendo bons filmes como “Hereditário” (2018), mas está cada vez mais difícil. É hora dos diretores zerarem esse monte de clichês e pensarem em novas formas de contar histórias que sejam realmente desconfortáveis e que, pelo menos, nos causem algum medo.