Pânico

Crítica

Título Original: Scream
Gênero: Terror
Ano: 2022
Classificação: 6
País: Estados Unidos
Plataforma: Cinema

Este novo Pânico dá sequência a clássica franquia ”slasher” subgênero do terror que fez grande sucesso nos anos 90. O novo trabalho se passa a exatamente 10 anos após os acontecimentos do último filme. Desta vez a jovem Tara Carpenter (Jenna Ortega) é atacada por um novo assassino que se apropria da máscara de Ghostface. Sua irmã Sam (Melissa Barrera) reaparece para ajudar a descobrir quem foi o autor do crime e terá a ajuda do aposentado Sheriff Dewey Riley (David Arquette).

Cá estamos nós de volta a velha e conhecida Woodsboro, palco do terror causado pelos crimes cometidos por assassinos que vestem a máscara de Ghostface. Com uma nova proposta mas não perdendo suas essências o novo Pânico, usa da metalinguagem como um propósito para o surgimento deste novo filme, apostando em um teor cômico para criticar obras do mesmo gênero e ainda colocar em discussão as atitudes de fãs tóxicos.

Recentemente a Netflix lançou algo bem parecido com “Um clássico filme de terror” que dividiu opiniões, mas abordou o mesmo conceito, levando para o lado cômico o fato de filmes do gênero serem clichês, onde normalmente a gente já tem ideia do que vem pela frente. Bom, a partir daí o que entra em discussão é qual o limite para o uso do humor, e apesar deste novo Pânico ter uma proposta atual, é preciso ter cautela, pois a linha da sátira é tênue, e pode acabar com o que o filme por si só não se leve a sério, ou seja, não faça sentido sua própria existência.

Com um roteiro atual, misturando terror com humor este quinto filme da franquia não deixa sua essência de lado, criando um mistério em torno de um grupo de amigos sobre quem é o novo Ghostface. Nos levando de volta aos anos 90 onde ficávamos tentando adivinhar quem era o assassino da vez. Mas devido ao longo caminho percorrido pela franquia, esta narrativa já não surte tanto efeito no quesito tensão e medo, aliás o filme proporciona muito mais risadas do que gera algum tipo de tensão.

Apesar disto o roteiro de forma inteligente brinca com sua própria falta de profundidade, onde de fato é difícil pensar em algum tipo de novidade que se encaixe no filme, então o thriller se propõe a ser “no sense” e não tem vergonha disto seguindo sua proposta até o fim. Um outro ponto positivo é a volta de personagens clássicos dos filmes anteriores como a inesquecível Sidney Prescott (Neve Campbell) e a icônica repórter Gale Weathers (Courtney Cox) que estrelaram o primeiro filme de 1996. Para que se tenha uma experiência completa é necessário ao menos conhecer os primeiros filmes, já que suas piadas e os ganchos para as sátiras e referências próprias não irão surtir efeito em um passageiro de primeira viagem. Como dito aqui a aposta é em uma abordagem inovadora, mas com um roteiro repetido, também é preciso ressaltar que o filme coloca um pé a frente da linha de até onde ele não deveria se levar a sério, isso pode causar um pouco de dispersão durante a sessão de cinema, mas de fato, após o clássico que deu origem a franquia este certamente é o melhor, deixando seus coirmãos para trás.