O Chalé

Ano: 2020
Gênero: Terror
Classificação: 7
País: Estados Unidos 
Plataforma: HBO-Max

Pai de dois filhos, Richard pede o divórcio de sua ex-esposa Laura e tenta formar laços entre seus filhos e a sua futura nova esposa Grace, mas percebe que essa tarefa será mais difícil do que ele pode imaginar.

Amargurada, Grace, vivida por Alicia Silverstone, mais uma vez encarnando um personagem difícil, tenta lidar com o divórcio de seu marido Richard (Richard Armitage). Visivelmente a personagem não está nada confortável com a situação, e as coisas pioram quando Richard anuncia que vai casar com Grace (Riley Keough), uma mulher mais bonita e mais nova que ela.

Já no início do filme os diretores Severin Fiala e Veronika Franz, responsáveis pelo também terror Boa Noite Mamãe (2016), dão pistas do tipo de reação que o filme vai apresentar ao longo do seu desenvolvimento. Caso o telespectador continue a assistir o filme a partir daí, é bom ir se preparando para muita tensão.

Convencido de que pode estreitar o relacionamento de seus filhos com a futura madrasta, Richard propõe que eles passem o natal juntos em uma isolada cabana da família, que fica ainda mais erma por conta da nevasca que atinge o local. As crianças Mia e Aiden não dão o braço a torcer, e a química realmente não acontece. Aiden, vivido por Jaeden Martell (It a Coisa), é mais velho e ainda mais resistente ao relacionamento do pai, isso fica evidente, principalmente pelo show de interpretação que esse jovem prodígio dá ao longo da película.

A partir daí o filme caminha por diversas possibilidades, como o sobrenatural, o culto à religiosidade, e as perturbações psíquicas que envolvem Grace, que toma remédios controlados para conter traumas que a acompanham desde que participou de um evento terrível em seu passado.

O pai precisa se ausentar e deixa as crianças como Grace, enquanto a neve os isola durante um período importante, e é neste momento em que a relação entre os três habitantes da casa azeda de vez. Acontecimentos estranhos causam tensão, medo e terror a todos, enquanto o telespectador tenta desvendar o que de fato está acontecendo.

A forma como os diretores contam a história é perfeita. Eles nos pregam peças e desfilam a história por cenas silenciosas que fazem doer a alma, cortes abruptos que vão lembrar os grandes clássicos do terror, cenários sufocantes, mesmo quando mostrados em ambientes externos, e muita tensão. Esse filme definitivamente não é para qualquer um, pois a história é pesada, e vai mexer e brincar com a nossa psique. Ele assusta, provoca pânico e causa uma tensão que nos faz desejar pelo fim do filme.

Mas nem tudo são flores, os responsáveis pela obra perdem a mão justamente no desfecho da história. Embora eu tenha gostado da surpreendente revelação final, Aiden, o filho mais velho, não é tão bobo como a direção o retrata no fim do filme, e o seu pai também não se mostra nada esperto, tendo em vista o estado catatônico em que se encontra Grace.

Mesmo nos minutos finais, quero dizer na última cena, há uma entrega desproporcional ao que o menino Aiden mostra durante todo o filme, e isso joga a nota do filme um pouco mais pra baixo do que deveria.

De qualquer forma, O Chalé, é um excelente filme que brinca com as nossas emoções e nos mantém atentos o tempo todo, causa medo e até desespero. Produções como esta nos dão esperança de que o gênero Terror ainda tem muita lenha pra queimar mesmo com tanta produção ruim denegrindo o segmento.