Mundo em Caos

Título Original: Chaos Walking
Gênero: Ficção Científica
Ano: 2021
Classificação: 7
País: Estados Unidos
Plataforma: Amazon Prime

Crítica

O ano é 2257 E a humanidade atravessou a fronteira do seu próprio planeta, colonizando outro mundo. Em um planeta bem parecido com a Terra, o ser humano do sexo masculino desenvolveu a habilidade de materialização de seus pensamentos, que passaram a ter sons e formas, que podem ser percebidos por todos.

Supostamente, a partir da guerra dos novos colonizadores contra a raça nativa que habitava o planeta, todas as mulheres do planeta foram mortas, restando poucos jovens, entre eles Todd (Tom Holland), o cidadão mais jovem do planeta.

Vivendo sobre o duro comando do prefeito Prentiss (Mads Mikkelsen), o povo do lugar logo se envolve em uma nova missão: capturar uma jovem que sofre um acidente com sua nave ao entrar na atmosfera do planeta. A jovem é encontrada por Tood, que fica abismado (e apaixonado) ao ver uma mulher pela primeira vez.

O prefeito, porém, já sabe que a menina tentará fazer contato com a sua tripulação, que se encontra na nave mãe, e ele faz de tudo para impedir, planejando uma emboscada quando eles vierem em missão para resgatá-la. O prefeito barra-pesada quer capturar a nave e ampliar o seu poderio sobre o planeta.

Sensibilizado e buscando ajudar a jovem Viola (Daisy Ridley), Todd decide fugir para outro distrito, bem distante de onde ele vive. Lá ele descobre que as coisas não são bem como o seu povo conta, pois descobre um outro povoado rival, repleto de pessoas, entre eles, jovens e mulheres.

O espectador que começa a assistir esta ficção científica demora um pouco para se acostumar com a pegada do filme. Em um primeiro momento é confuso, e até difícil de entender, pois os pensamentos e visões projetadas dos mesmos, chamadas no filme de ruídos, atrapalham um pouco a compreensão do filme, que parece confuso no seu início. Mas logo é possível entrar na pegada da película e se acostumar a distinguir os ruídos das falas dos personagens.

Embora seja geralmente mal avaliado nos sites de críticas, como o IMDB, o filme proporciona uma boa experiência ao espectador, pois é dotado de aventura, ação e muita imaginação. As de aventuras são absurdamente bem-feitas, ao ponto de provocar sensações incríveis a quem está assistindo. Cenas em florestas e cachoeiras também têm forte apelo visual, enquanto os ótimos efeitos especiais ajudam a dar uma atmosfera mais realística à obra.

É claro que o filme tem problemas, não posso discordar disso. Entre eles, os desfechos de dois dos vilões do filme são banais demais, a impressão que se tem é a de que os responsáveis queriam encerrar logo o filme. Talvez essa impressão seja o resultado de todos os problemas que o filme passou durante a sua gestação, incluindo a passagem de 6 roteiristas diferentes. Falando em vilão, o fanático religioso Aaron (David Oyelowo) tem alguma construção no filme, o que faz com que o espectador imagine para ele uma história mais densa, o que de fato não acontece. Enquanto isso, Mads Mikkelsen está brilhante como sempre, interpretando aqui um vilão casca grossa, o que nos faz lamentar o fato do personagem não ter sido mais explorado no filme.

No fim, posso dizer que fiquei surpreso com “Mundo em Caos”, já que as críticas não me deixaram com muita expectativa acerca dele. Há bons momentos e sacadas inteligentes, como a de caracterizar os colonos como cidadãos do Velho Oeste americano. A boa direção de Doug Liman (No Limite do Amanhã, 2014) também é digna de elogio. Vale a conferida!