Gran Torino

Título Original: Gran Torino
Gênero: Drama, Suspense
Ano: 2008
Classificação: 9
País: Estados Unidos
Plataforma: Netflix

Clint Eastwood vive Walt Kowalski um amargurado ex-combatente da guerra do Coréia que se vê solitário após a morte de sua esposa e precisa conviver com o distanciamento de sua família e com uma vizinhança de quem ele prefere manter distância.

Os vizinhos são chineses e Walt deixa claro que não deseja ser muito amigável para com eles, mas a relação tensa com os seus vizinhos ainda piora quando Thao (Bee Vang) tenta roubar de sua garagem um dos seus bens mais queridos, um Gran Torino 1972.

Kowalski tem uma difícil relação com os filhos e netos, algo que fica claro logo nos primeiros minutos do filme, e o seu perfil ranzinza ajuda a manter esse distanciamento e, de certa forma, também é mostrado que não há muita boa vontade de uma aproximação verdadeira por parte de sua família. A morte da matriarca da família faz aumentar ainda mais a distância entre ele, seus filhos e netos.

A tentativa do roubo do carro é apenas o fio condutor do enredo do filme, já que Kowalski passa a ficar de olho no rapaz a partir do ocorrido. O que ele ainda não sabe, porém, é que Thao tentou efetuar o roubo por imposição de uma gangue de chineses, que infernizou a vida do rapaz e o obrigou a se meter nessa encrenca.

Gran Torino é uma história incrível e mostra como o xenofóbico Walt Kowalski passa a substituir a falta de sua família pelos vizinhos de quem ele tem total distanciamento. Ao longo da história ele desenvolve uma amizade com Sue (Ahney Her), passando a defender o seu irmão Thao, dando oportunidades de trabalho e de uma vida digna. O grande problema é que a tal gangue cisma em não deixar o garoto e a sua família em paz, o que faz Kowalski se envolver completamente nesta situação.

O filme consegue aliar a tensão provocada por várias relações conflituosas, com momentos de pura diversão, ao oferecer ao espectador cenas engraçadíssimas como a relação de Walt com o seu barbeiro (John Carrol Lynch), ou mesmo a tentativa de convivência pacata com os seus vizinhos chineses.

Os minimalismos apresentados no filme estão em toda parte, desde a cerveja que Walt gosta de tomar na sua varanda, até a expressão de seu cachorro em certos momentos do filme. A forma como o seu personagem é apresentado ao público e a sua transformação é o grande mérito do filme, pois mostra que mesmo aqueles corações aparentemente petrificados podem dar espaço às novas relações e a ressignificação das coisas da vida. A direção de Clint é soberba, assim como a sua atuação, que estampa em seu rosto desprezo e intolerância, principalmente por conta das cuspidas e pelo rosnado de canto de boca. É claro que o final do filme não é exatamente aquele que todos esperam, mas no fim das contas faz todo o sentido, tendo em vista os argumentos que são apresentados ao longo do filme. “Gran Torino” é um clássico absoluto, para ver e rever sempre!