Doutor Sono

Ano: 2019
Gênero: Suspense, Terror
Classificação: 7
País: Estados Unidos
Plataforma: HBO-Max

Para quem não acompanhou as notícias na época de seu lançamento, “Doutor Sono” é a continuação do clássico “O Iluminado”, ambos os filmes realizados a partir da obra do gênio do terror Stephen King.

Ewan McGregor é Danny Torrance, o garotinho aterrorizado pelo pai em “O Iluminado”, e o que aconteceu com ele após a vida adulta não foi nada agradável. Danny tornou-se um andarilho alcóolatra que praticamente ignorava a sua condição que lhe fazia diferente das outras pessoas.

O filme se desenvolve a partir de sua própria redenção, bem como sua tentativa de proteger Abra Stone (Kyliegh Curran), uma menina que também tem poderes extrassensoriais e que consegue se comunicar com ele telepaticamente.

O filme se emaranha por diversos fios condutores e demora a decidir por qual caminho vai seguir, talvez isso acabe justificando a sua duração de 2h30min. No fim, a luta pelo bem contra o mal prevalece como narrativa principal, com grande reverência ao filme original, o que acaba forçando um pouco a barra do filme que sofre da síndrome de Frankstein.

Os momentos de recriação do Hotel Overlook, e tudo que o cerca, são bem legais, principalmente pra quem tem a obra de 1980 fresca na mente. Há também um esforço de mostrar atores parecidos com os originais sempre que o filme faz referência sobre o passado da família.

Não gosto do núcleo malvado do filme, nem da forma como eles perseguem os seus objetivos para se manterem vivos, ainda que tenham como líder Rose The Hat, malvada mór interpretada por Rebecca Ferguson. Tirando Rose, a sua trupe não é nada além de um bando de personagens mudinhos, que estão ali quase que como figurantes.

“Doutor Sono” é um filme meio perdido, ora suspense, ora ação, ora terror, mas consegue agradar um pouco em cada um desses momentos. Gosto de como o personagem de Ewan usa os seus dons para ajudar as pessoas, infelizmente o que concede a sua alcunha de Doutor Sono é pouco explorado no filme. Também de sua luta contra o alcoolismo e de sua atuação, um dos pontos altos do filme.

Mexer no legado de “O Iluminado” foi realmente um grande desafio para o diretor Mike Flanagan, que teve a missão de dar vida ao livro de 2013 do Stephen King, além de estar o tempo todo sob a sombra do filme original, de ninguém menos que Stanley Kubrick. O resultado é bom, não maravilhoso e nem decepcionante, mas agrada de uma maneira geral.