Como Eu Era Antes de Você

Título Original: Me Before You
Gênero: Drama, Romance
Ano: 2016
Classificação: 7
País: Reino Unido, Estados Unidos
Plataforma: Telecine Play

Will Traynor (Sam Claflin) é um jovem empresário bem-sucedido que leva uma vida repleta de intensidade, praticando esportes radicais e fazendo viagens pelo mundo. Até que um dia sua vida é seriamente impactada após ser atropelado por uma moto e ficar tetraplégico. Preso a uma cadeira de rodas, Will se torna depressivo após a drástica mudança de sua rotina. Então sua família contrata a jovem Louisa Clark (Emilia Clarke) para ser sua cuidadora, atrapalhada e de origem modesta ela tenta o possível para levantar o astral de Will.

“Como eu era antes de você” é um filme baseado no best-seller da autora e jornalista britânica Jojo Moyes, este drama-romântico, foca principalmente no vinculo criado entre Will e Louisa, o que de certa forma consegue trazer uma leveza pouco esperada para trama, levando em consideração a difícil situação em que Will se encontra, o elenco carismático também ajuda a criar uma ligação afetiva bem bacana com o filme, embora a autora não foque massivamente nas dificuldades criadas pela lesão de Will e sim no impacto psicológico sofrido por ele.

Quando falamos e uma situação tão complicada como a de Will esperamos um filme extremamente melancólico e recheado de momentos tristes, sim claro, o filme causa bastante comoção, principalmente pela forma que ele contrasta a vida antes e depois do acidente que nosso personagem principal sofre, mas talvez a receita para que o longa tenha feito tanto sucesso, seja a entrada da personagem de Louisa, que consegue o emprego para cuidar de Will e mesmo não reunindo todas as habilidades necessárias para lhe dar com a situação, faz de tudo para conseguir manter seu emprego. Como dito seu jeito atrapalhado e a forma como ela trata Will faz um contraponto até mesmo cômico em alguns momentos.

É preciso levar em consideração que o filme aborda um tema extremamente delicado, é natural que boa parte das pessoas esperem por um “filme-crítica” ou “filme-denúncia” para chamar atenção das dificuldades que um tetraplégico passa, porém aqui a autora preferiu optar por uma história de romance, enfatizando na construção de personagens e também contrastando a situação financeira nobre de Will e a vida extremamente comum que Louisa vive, cheia de dividas e ajudando a manter as contas de casa em dia junto com seus pais. Podemos destacar ainda que o filme mostra uma linha tênue frágil sobre até que ponto as pessoas conseguem lidar com a depressão e podem tentar ou não seguir em frente para enfrentar as dificuldades causadas que uma deficiência pode representar.

Falando ainda de Will, a escolha por Sam Claflin como interprete deste personagem foi bastante certeira, mesmo com as limitações físicas que ele possui, o mesmo consegue passar bastante emoção e cativar o público com seu humor sarcástico e mal humorado, além de ir se transformando ao desenvolver do longa, mesmo com tais limitações o próprio consegue dar forma a um verdadeiro galã proposto pela roteirista.

Embora traga um roteiro de história romântica já batida, o filme tenta fugir a todo tempo de cenas clichês e consegue entregar o que propõe, traz emoção na relação entre Will e sua família, paixão na relação incomum, mas verdadeira entre ele e Louisa e reflexão sobre o impacto psicológico após ver seu futuro ser drasticamente comprometido, após o acidente sofrido.