Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças

Título Original: Eternal Sunshine of The Spotless Mind
Gênero: Ficção Científica, Drama
Ano: 2004
Classificação: 9
País: Estados Unidos
Plataforma: Netflix, Telecine Play

Buscando por muito tempo melhorar seu relacionamento, Clementine (Kate Winslet) decide apagar Joel (Jim Carey) de sua memória utilizando um tratamento ainda experimental. Perplexo com a situação, Joel decide fazer o mesmo, mas durante a sessão surgem algumas complicações.

Neste clássico cult dos anos 2000, embarcamos em uma verdadeira viagem pela mente de Joel, que se arrepende em tentar esquecer seu grande amor, nesta viagem por suas memórias o diretor Michel Gondry, explora de forma criativa momentos divertidos e principalmente dramáticos. O filme conta ainda com um elenco recheado de estrelas, dentre elas: Jim Carey, Kate Winslet, Tom Wilkinson, Kirsten Dunst, Mark Ruffalo e Elijah Wood, entre outras carinhas conhecidas que estamos acostumado a ver na telinha.

Com um roteiro nada convencional, Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças consegue nos envolver rapidamente com a história de um casal que enumeram momentos felizes, mas com o passar dos anos acabam vivendo uma vida rotineira que em nada incomoda Joel, além disso ele não consegue perceber as tentativas de Clementine para sair da rotina. Desiludida e infeliz ela então busca os serviços de uma clínica especializada em apagar memórias, Joel ao saber acaba indo pelo mesmo caminho, tomando uma atitude vingativa até que natural, mas ao se arrepender ele acaba tentando sabotar a própria “sessão de esquecimento”. Por isso o filme nos coloca a bordo de uma viagem, mas uma viagem sobre trilhos que não faz você se perder na história. O longa consagrou o roteirista Charlie Kaufman com a estatueta da academia como melhor roteiro original ele já havia sido indicado por, “Quero Ser John Malkovich” e “Adaptação”.

O longa proporciona momentos visualmente fantásticos, frutos da mente criativa do diretor Michel Gondry que brinca bastante com cenários aleatórios, mudando muitas vezes também rapidamente de um para o outro, mas tudo isso se encaixa perfeitamente no contexto do filme. Vale ressaltar que durante boa parte estamos dentro da mente de Joel, e se tratando de mente, facilmente preenchemos algumas lacunas em nossa memória com fatos irrealistas, tais inserções em cenários diversos e alterados pelo próprio Joel nos dão esses prismas de visão, esses ingredientes presentes no longa nos fazem sentir agonia do personagem por reviver momentos felizes e claro seus dramas do passado.

O filme deixa uma mensagem oculta, pois o gatilho do desenvolvimento de narrativa é a escolha por apagar memórias, mas seu arrependimento deixa claro que mesmo não tendo mais aquela pessoa amada ao seu lado, apagá-la de sua memória pode retirar boas lembranças e experiências vividas que te ajudaram a desenvolver como pessoa. Torcemos institivamente por uma reviravolta na história do casal, somos levados a isso devido à grande empatia dos mesmos, reflexo do quão Jim Carey e Kate Winslet estão bem conectados em seus respectivos personagens.

Merecidamente o filme é um clássico de sua época e mostra de forma poética um romance prestes a ser terminado, que apesar do que possa parecer não é um simples dramalhão, consegue nos surpreender em muitos momentos e naturalmente nos emocionar, certamente um grande trunfo para quem ainda não teve a oportunidade de assistir essa belíssima obra.