Ao lado de um assassino

Crítica

Título Original: The Clovehitch Killer
Ano: 2018
Gênero: Suspense
Classificação: 4
País: Estados Unidos
Plataforma: Netflix

Após descobrir evidências que seu pai, um bondoso e prestativo homem da comunidade religiosa onde vivem pode ser um serial killer, o adolescente Tyler (Charlie Plummer) começa então a investigar o caso com a ajuda de sua amiga Amy (Jones Emma).

O filme é inspirado nos crimes reais do famoso serial killer Dennis Rader, conhecido como BTK que assassinou cerca de 10 mulheres no estado do Kansas nos Estados Unidos. Com base nisso a trama não segue o caminho comum com um grande mistério sobre quem é o tal serial killer que assombrou a cidade no passado (até porque com um título desse ficaria difícil né?), a trama segue uma linha baseada na investigação do adolescente Tyler, que a partir de um acontecimento desperta o interesse no caso.

Com o decorrer do longa podemos perceber referências diretas sobre o conhecido “modus operandi’ do assassino da vida real. Para nós espectadores fica muito claro rapidamente de quem se trata ser o assassino, a proposta é realmente bacana, pois coloca sobre o ponto de perspectiva da descoberta dos personagens e não nossa.

Conforme a história vai se desdobrando, começamos a aceitar que o filme pretende seguir um ritmo bem morno, apostando em um possível despertar do sentimento de tensão a quem esteja assistindo, e daí por diante começa uma série de erros onde a trama não consegue se encontrar mais. Alguns dramas pessoais do adolescente por exemplo são mostrados e simplesmente esquecidos, além disso, quando há um diálogo entre Tyler e seu colegas, eles são rasos e confusos.

Don Burnside (Dylan McDermott) pai de Tyler, tem como proposta para a trama convencer e cativar a todos, em suas interações com a comunidade ele até que consegue êxito, mas falha miseravelmente conosco. O filme peca na construção de seus diálogos, onde claramente deveria ter sido empenhado mais esforços, já que praticamente não há ação alguma durante a trama, e quando entramos na temática de “Serial Killers”, não basta apenas ser bondoso, é preciso ser persuasivo e realmente convincente. Em determinados momentos devido aos diálogos serem tão pobres, chega até mesmo a ser constrangedor que o menino possa acreditar naquelas palavras, ainda que levemos em consideração que se trata de um diálogo entre pai e filho.

Conforme dito o longa parte de uma premissa interessante e até mesmo inteligente, se baseando em aspectos de crimes reais para a ficção. Falta emoção para a trama que se encaminha para uma reviravolta, mas novamente comete um erro ao mastigar demais esse “plot twist”. Este tempo perdido poderia ter sido usado para explicar melhor o final que nos deixa com alguns questionamentos sobre como pode ser crível o filme ser definir daquela forma. Infelizmente apesar da boa expectativa criada por sua boa proposta, o filme é decepcionante.