A vizinha da mulher na janela

Título Original: The Woman in the house across the street from the girl in the window
Gênero: Suspense
Ano: 2022
Classificação: 6
País: Estados Unidos
Plataforma: Netflix

Crítica

Enlutada pela morte da filha, Anna (Kristen Bell) vive afogada no vinho e em remédios prescritos pelo seu terapeuta. Separada do marido Douglas (Michael Ealy) desde que perderam a filha de maneira trágica, ela passa os seus dias sentada em uma cadeira observando os acontecimentos de sua vizinhança.

Quando o seu enigmático novo vizinho se muda com a sua filha Emma (Samsara Leela Yett), Anna passa a observá-lo e também a se interessar por ele, até que ela descobre que ele namora a misteriosa Lisa (Shelley Henning), enterrando os seus planos para um possível relacionamento e, até, a construção de uma nova família.  Mas a calma vida de Anna se transforma em um verdadeiro turbilhão de emoções quando ela aparentemente flagra de sua janela o assassinato de Lisa, o que poucos vão acreditar de fato, dada a condição mental e emocional de Anna.

Esta é uma típica série fácil de maratonar, pois ela possui apenas 8 episódios de cerca de 30 minutos de duração cada. Fora o formato fácil, a série também conduz o espectador no interessante mistério acerca da aparente morte de Lisa, bem como no grande número de suspeitos e nas reviravoltas que a série propõe a cada capítulo.

Entre vinhos e caçarolas, é fácil empatizar com Anna, que também sofre de pluviofobia (medo de chuva), pois foi em um dia de chuva que ela viu a sua filha pela última vez. Com condição psicológica afetada, muitas vezes é difícil distinguir se determinados acontecimentos são verdade ou resultado da imaginação da protagonista, dada a mistura de álcool e medicamentos.

Michael Lehmann é o diretor da série, e ele a conduz de maneira linear com alguns poucos flashbacks, que na verdade são frutos da imaginação de Anna, tentando adivinhar como determinado fato ocorreu no passado. O diretor tem vasta experiência em séries, tendo participado de produções de sucesso como Veronica Mars, Jessica Jones, Californicaton, True Blood e Dexter, dentre outras.

O que realmente deixa a desejar é o roteiro que, principalmente no final, deixa furos e não é tão crível como a série tenta se esforça para fazer parecer. Tentando fazer aquele plot-twist inesperado, a série acaba deixando um gosto amargo na boca do espectador, com cenas até risíveis em seu último ato de ação.

Além disso, após Anna ter a vida resolvida e aparentemente voltar ao normal, a série deixa no ar uma possível nova história, envolvendo a protagonista, será que isso era realmente necessário? Se não tiver uma nova temporada, acho que o final foi totalmente desnecessário.

Contudo, entre erros e acertos, “A Vizinha da Mulher na Janela” é um bom passatempo. Repleto de clichês e referências a filmes com a mesma temática, vale a pena investir o seu tempo na produção, pois você fica intrigado com os desdobramentos propostos na série até o último capítulo, então, para quem gosta de um bom suspense, a série pode agradar.