A Filha Perdida

Título Original: The Lost Daughter
Gênero: Drama

Ano: 2021
Classificação: 6
País: Estados Unidos
Plataforma: Netflix

Leda (Olivia Colman), uma professora de meia-idade, se hospeda em um resort para tirar merecidas férias, e fica encantada com a paz e a boa receptividade que recebe dos funcionários do local. Após uma família se hospedar no mesmo local que ela, Leda vê a sua tranquilidade ser abalada ao se deparar com Nina (Dakota Johnson), uma jovem que traz à tona várias memórias de sua vida quando jovem.

Enquanto observa a família, Leda é tomada por lembranças de seu passado, e a dura missão que experimentou ao ter que conciliar a sua vida como mãe de duas meninas e a sua profissão, que se encontrava em plena ascensão na época.

Em um dado momento, a filha de Nina desaparece enquanto brincava na praia, e a sua família entra em desespero. Leda consegue encontrar a menina e a devolve para a mãe, esse evento acaba aproximando as duas mulheres que timidamente iniciam uma amizade. Logo, Leda percebe que Nina se parece muito mais com ela do que imagina.

“A Filha Perdida” marca a estreia de Maggie Gyllenhaal como diretora, e podemos dizer que foi uma boa estreia, mesmo com algumas questões que poderiam ter sido melhores avaliadas ao longo do filme. Uma dessas questões é o excesso de expressões faciais ao longo do filme, um recurso bem interessante, principalmente levando em conta a bela atuação de Olivia Colman, mas que acaba sendo banalizado neste filme. Um exemplo disso é o próprio marido de Nina, Toni (Oliver Jackson-Cohen), que aparece sempre com um tom ameaçador, mas que não passa disso, diferentemente do que a direção propõe.

Com um elenco invejável, o filme se dá ao luxo de ter Jessie Buckley interpretando a jovem Leda, assim como Peter Sarsgaard, que faz o Professor Hardy, caracterizado por uma grande barba, que o deixa quase irreconhecível. Ed harris interpreta Lyle, espécie de caseiro do local, que tem papel importante, mas discreto, sendo mais um exemplo de personagem que esperávamos um desdobramento maior no longa.

No filme há interação entre o passado e o presente de Leda sendo contado paralelamente enquanto a trama se desenrola, e essa interação é justamente um ponto forte do filme, que usa o passado da protagonista para justificar alguns de seus comportamentos no presente, tocando em feridas profundas e levando o público a refletir sobre como a maternidade pode afetar as mulheres de forma tão diferente.

O filme não vai muito além disso, não há um objetivo claro nele, a não ser o de contar a história de Leda, que se vê na jovem Nina. O final é um tanto inesperado e pode chocar o espectador, mas ainda assim, não digo o filme, mas a história poderia ter levado a produção a outro patamar, se houvesse algum tempero a mais, principalmente pelo fato do filme ser relativamente longo (120 minutos) e demorar muito a aquecer a trama.