A Descoberta

Título Original: The Discovery
Gênero: Ficção Científica
Ano: 2017
Classificação: 4
País: Estados Unidos
Plataforma: Netflix

O mundo encara uma crescente onda de suicídios após um neurocientista provar que existe vida após a morte. Em meio ao caos criado e a tentativa desastrosa de acalmar a população ele vê seu filho se apaixonar por uma mulher que possui um passado trágico.

O filme que possui o carimbo de original Netflix, propõe uma premissa bem interessante e provocativa, um cientista diz que tem provas que existe vida após a morte, de fato é um assunto instigante que pode atrair facilmente o assinante. A trama se desenvolve a partir do impacto que essa descoberta gera na sociedade, ao revelar a notícia o cientista Thomas Harber (Robert Redford) se depara com um enorme número de suicídios que são atribuídos a essa revelação.

Um ano após a tal descoberta o número de suicídios bate a incrível marca de 1 milhão de óbitos e o cientista quando questionado diz que não se sente responsável pelo acontecido. Em busca de mais respostas para saber o que acontece com a nossa consciência ele decide se isolar em uma mansão e fazer mais experimentos e estudos.

O diretor Charlie McDowell tenta nos instigar causando inúmeras quebras de paradigmas ao longo do filme, fazendo com o que os personagens entrem em conflito com suas principais convicções, como suicidas (que não conseguiram de fato) não quererem mais se suicidar. Mas uma dentre outras muitas coisas que faltam ao longa é o convencimento, embarcamos em uma viagem vagarosa, onde a espera pela vida após a morte que o filme tenta passar não é suficiente para que o telespectador sinta de verdade o drama que se passa ali. O sentimento de letargia é instaurado de uma forma onde não há mais volta, nem tempo de recuperação para que a trama lhe dê aquele “punch” de emoção.

O elenco é ótimo, porém muito mal aproveitado devido ao roteiro apático da trama, é penoso ver o grande Robert Redford tentando dar alma ao cientista. O filme conta também com bons nomes como: Rooney Mara, Jason Segel que dentre outros papéis fez bastante sucesso como Marshall na sitcom “How I Met Your Mother” e o coadjuvante de peso Jesse Plemons, ator que tem participações icônicas em Breaking Bad e Fargo.

Gosto bastante de alguns momentos onde parece haver uma boa expectativa para a revelação de algumas curiosidades sobre o que esta por trás da descoberta, além disso a fotografia está em grande sinergia com o sentimento de profunda tristeza e apatia que envolve o cotidiano da população mundial naquele momento. Infelizmente o filme não consegue criar uma boa química entre o casal que a trama tenta emplacar, por fim “A Descoberta” é mais uma daquelas boas ideias que vemos sendo mal aproveitadas.