7 Anos

Título Original: 7 Años
Gênero: Drama
Ano: 2016
Classificação: 7
País: Espanha
Streaming: Netflix

Imagine-se na seguinte situação: você e mais 3 sócios precisam decidir qual dos quatro vai para a prisão para cumprir 7 anos de pena por fraudar a Receita Federal do país. O escolhido terá a “oportunidade” de livrar os outros amigos da cruel reclusão, podendo continuar com os negócios na empresa e viver a vida normalmente. Esse é o tema central que aborda o filme espanhol “7 Anos”.

Com menos de 80 minutos a produção traz rostos bastante conhecidos para aqueles que acompanham filmes espanhóis, caso de Juana Acosta, Alex Brendemühl e Juan Pablo Raba, além disso, se passa praticamente todo em uma única locação, onde eles travam discussões calorosas sobre seus futuros.

Vero (Juana Acosta), Marcel (Alex Brendemühl), Luis (Paco León) e Carlos (Juan Pablo Raba) são os sócios da empresa. Insatisfeitos com o alto percentual de dinheiro gasto com impostos eles seguem a ideia de Vero que cria uma conta no exterior e passa a sonegar impostos. Quando são descobertos, veem como saída acusar um deles para que os outros possam se safar da prisão.

Logicamente a escolha não é nada fácil, então eles resolvem contratar José Veiga (Manuel Morón) um mediador que vai ajuda-los nesta difícil tarefa. Veiga então começa a criar dinâmicas entre eles e à medida que o processo vai avançando são externadas mágoas, rancores, acusações e segredos de cada um dos sócios, tornando o clima entre eles insuportável e até violento.

A amizade de antes vira dedo na cara e a admiração que um nutria pelo outro acaba sendo colocada e xeque, a partir do momento em que precisam discutir a relevância de cada um dentro da empresa.

O clima angustiante aumenta ainda mais quando eles precisam votar em quem deve assumir a culpa e ir para a cadeia, e o desdobramento da decisão acaba revelando o caráter de cada personagem quando são colocados contra a parede.

O filme é curto, possui baixo orçamento e até carece de um pouco mais de enredo, mas se sai muito bem ao explorar os sentidos mais primários do ser humano quando se encontra em situação desfavorável.

Palmas também para a atuação de Manuel Morón, que convence como um mediador respeitado por todos os sócios, e tem o seu momento durante os créditos finais do filme, enquanto fuma e reflete solitariamente sobre tudo o que aconteceu.